De thrillers sobrenaturais a ficção científica existencial e blockbusters de espetáculo, o ano trouxe opções variadas que ampliaram o conceito de filme de ação.
O panorama do cinema de ação em 2025 combinou grandes produções com obras autorais que usaram sequência de impacto para aprofundar personagens e ideias. A seguir, os cinco filmes que mais chamaram atenção — três deles comentados em detalhe por críticos e público — e duas menções que representam tendências importantes do ano.
1. Pecadores (direção: Ryan Coogler)
Uma das apostas autorais mais comentadas de 2025, Pecadores mistura ação, suspense e elementos sobrenaturais sem perder o foco no drama familiar. Michael B. Jordan dá vida a irmãos gêmeos que retornam à cidade natal para encarar segredos enterrados e uma força sombria que transforma a comunidade em um campo de tensão crescente.
A estética do filme se destaca: fotografia densa, referências à música e à cultura do Delta do Mississippi, e um ritmo que evolui sempre em direção ao confronto. As sequências de ação nascem da dor e do conflito entre personagens, o que torna o impacto visual também emocional. Coogler repete a habilidade de trabalhar gêneros com propósito e amplia o que entendemos por ação no cinema contemporâneo.
2. Mickey 17 (direção: Bong Joon-ho)
Adaptado do romance de Edward Ashton, Mickey 17 trouxe para a ação elementos de ficção científica e reflexão ética. Robert Pattinson interpreta um “expendable” — um clone projetado para missões suicidas que retorna à vida com memórias fragmentadas — e o filme explora o que sobra de humanidade em situações extremas.
Bong Joon-ho equilibra cenas impactantes com humor ácido e crítica social, fazendo da ação uma ferramenta para debater exploração de mão de obra, identidade e o valor da vida. Visualmente forte e ritmado, Mickey 17 foi apontado como um dos trabalhos mais ousados do ano ao misturar entretenimento e densidade intelectual.
3. Missão: Impossível – O Acerto Final
O ápice da franquia trouxe de volta Tom Cruise e suas cenas de alto risco numa narrativa que escalou a ameaça para dimensões globais — com inteligência artificial, conflitos entre governos e uma arma capaz de alterar o equilíbrio mundial. O filme funciona como blockbuster clássico: espetáculo, tensão e stunts realizados com realismo.
Para fãs da série, O Acerto Final ofereceu uma conclusão emocional e memorável, consolidando a fórmula de ação e espionagem enquanto entregava sequências técnicas e visuais que tornaram o título um dos grandes representantes comerciais de 2025.
4. Menção honrosa — a nova onda autoral de ação
Além dos títulos acima, 2025 consolidou uma tendência importante: cineastas independentes e diretores de prestígio usando o vocabulário da ação para contar histórias íntimas e sombrias. Esses filmes priorizam construções de personagem e ambientação, com cenas de confronto que têm razão dramática, não apenas espetáculo.
Essa vertente ampliou o público do gênero e mostrou que a ação pode dialogar com horror, drama social e introspecção sem perder intensidade.
5. Menção honrosa — o blockbuster híbrido
No outro extremo, surgiram blockbusters que combinaram tecnologia, espionagem e temas contemporâneos (como IA e geopolítica), oferecendo entretenimento de primeira linha sem abdicar de debate. Essas produções mantiveram a tradição de cenas de risco elaboradas e efeitos grandiosos, mas incorporaram narrativa mais ambiciosa e elementos de suspense psicológico.
Se 2025 é um indicativo, o futuro da ação no cinema tende a ser mais diverso: menos previsível, mais autoral e capaz de conjugar adrenalina com ideias — uma boa notícia para quem busca tanto espetáculo quanto substância.
Texto baseado em análises e críticas das produções que mais repercutiram em 2025, com destaque para a mistura de gêneros e a ampliação do que se entende por filme de ação.
