Vendaval em São Paulo derruba 4G e 5G de Claro, Vivo e TIM: entenda por que a falta de energia provoca instabilidade e quando o sinal deve voltar

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Conexis e Anatel afirmam que queda prolongada de energia e árvores derrubadas afetaram estações rádio‑base; internet fixa sofre menos por contar com geradores em centrais

O vendaval que atingiu a cidade de São Paulo na quarta‑feira (10) causou instabilidade nos serviços das principais operadoras móveis: Claro, Vivo e TIM. Clientes relataram interrupções nos sinais de 4G e 5G em diversas regiões, além dos já conhecidos problemas de falta de luz e de água.

O que as empresas e autoridades afirmam

A Conexis Brasil Digital, associação que representa as operadoras Claro, Vivo, TIM, Oi, Algar Telecom e Sercomtel, confirmou que “clientes de algumas regiões da cidade de São Paulo podem ainda enfrentar instabilidade nos serviços de telecomunicações devido à ventania que atinge a cidade, causando quedas de árvores e o desabastecimento da rede de energia por tempo prolongado”.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também apontou que os problemas estão ligados à queda de energia, e não necessariamente a danos diretos em antenas ou cabos. Segundo a agência, embora alternativas como geradores tenham sido acionadas, a duração prolongada do apagão comprometeu a continuidade dos serviços.

Por que 4G e 5G ficam mais vulneráveis que a internet fixa

As estações rádio‑base (as torres que transmitem 4G e 5G) dispõem de baterias que permitem manter o funcionamento por algumas horas diante de interrupções de energia. No entanto, especialistas explicam que, quando a falta de energia se estende, essas baterias se esgotam e as estações deixam de operar.

“Todas as estações têm bateria para suportar as primeiras horas de falta de energia e eventuais oscilações de rede, mas diante de uma falta prolongada de energia, elas pararão de funcionar”, disse Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks.

O 5G tende a exigir muito mais antenas distribuídas do que o 4G. Manter geradores em todas essas instalações representaria alto custo e, em muitos casos, limitações técnicas e regulatórias — por exemplo, ruído e vibração em torres instaladas no topo de prédios — o que torna inviável equipar cada ponto com gerador individual.

Por outro lado, a infraestrutura de internet fixa é geralmente concentrada em centrais e locais onde é mais fácil instalar e manter geradores. Por isso, em blecautes prolongados, a internet residencial cabeada costuma resistir melhor quando as centrais contam com alimentação alternativa.

Como operadoras e equipes estão atuando

Segundo a Conexis, equipes das operadoras seguem em campo para restabelecer os serviços assim que os pontos afetados sejam liberados e a energia seja reestabelecida pela concessionária. A normalização depende, portanto, tanto do reparo da rede elétrica quanto do acesso seguro aos locais onde estão instaladas as estações.

A Anatel informou que monitora a situação e aguarda o retorno gradual da energia nas áreas afetadas. Enquanto isso, clientes relataram forte queda na capacidade de uso da internet móvel — cenário agravado pelo fato de muitas residências também estarem sem energia e, consequentemente, sem acesso à internet fixa.

O que os usuários podem fazer

Enquanto equipes trabalham no restabelecimento, os especialistas recomendam que usuários afetados verifiquem se há alguma alternativa disponível, como pontos de Wi‑Fi pública não afetados, e evitem deslocamentos desnecessários em áreas com queda de árvores e risco de novos acidentes. Quem tiver gerador doméstico e internet fixa pode manter a conexão ativa, mas deve seguir normas de segurança para uso de equipamentos.

Em nota, a Conexis pediu paciência aos clientes: “equipes seguem atuando para restabelecer o serviço no menor tempo possível, assim que os pontos afetados sejam liberados e a energia restabelecida pela concessionária”.

À medida que a energia voltar e as equipes tiverem acesso seguro às estações, o serviço móvel deve ser restaurado de forma progressiva, primeiro nas áreas com prioridade e, em seguida, de modo mais amplo.

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